O futebol brasileiro pelo mundo. Por: Dayvidson Soares

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Entrevista com Ivan Carvalho, brasileiro destaque do futebol da Eslováquia

Por: Dayvidson Soares

O blog “Boleiros pelo Mundo” entrevista o atacante Ivan Carvalho, do FK Moldava, da Eslováquia. Com 24 anos de idade, o jogador teve pelas categorias de base do Botafogo e já defendeu clubes dos EUA e Áustria. No clube eslováquio joga de ponta e segundo atacante e veste a camisa número 5. O atleta falou da carreira e revelou o sonho de se tornar treinador de futebol.
Foto: Arquivo do jogador


Como foi o inicio da sua carreira como jogador de futebol até chegar ao profissional?
Meu início foi um pouco sem intenção, o futebol era um hobby pra mim e comecei jogando futsal no colégio. Eu não tinha muito a intenção de ser jogador de futebol porque minhas notas no colégio sempre foram boas, então eu sempre pensei que fosse ter um profissão "normal" (risadas). Mas à partir dos meus 14 anos foi ficando sério quando um olheiro meu viu jogando futsal e disse que eu podia investir nessa coisa, fui convidado pra defender primeiramente o Votorantim, time amador de Barra Mansa, cidade onde morava na época em função do trabalho do meu pai. Logo depois acabou surgindo a chance de jogar no Volta Redonda, foi por lá que vi realmente que poderia mergulhar mais fundo nisso e acabei recebendo um convite do Botafogo.Tive que deixar meus pais e meu irmão em Volta Redonda e ir morar com meus avós em Niterói pra poder defender o Botafogo do juvenil ao juniores, mas logo depois meus pais e meu irmão retornaram pra Niterói também, de novo em função do trabalho do meu pai, daí as coisas ficaram mais tranquilas. Então depois do Botafogo que as coisas começaram à decolar e decidi que iria entrar de vez de cabeça no futebol e daí me profissionalizei num clube chamado Villa Rio, da 2ª divisão carioca e depois dali, as portas foram surgindo e hoje estou aqui na Eslováquia.
Você joga de segundo atacante e de ponta, fale um pouco das suas características:
No Brasil sempre fui aproveitado como segundo atacante por ter a velocidade como principal característica e também tenho facilidade nos fundamentos drible, passe e finalização, então sempre fui aproveitado pra criar jogadas e também chegar pra finalizar.
Porém aqui na Europa logo de cara fui aproveitado como ponta, porque o treinador disse que eu teria mais liberdade pra usar minha velocidade tanto pra driblar pro meio pra chutar à gol e tanto pra fazer jogadas de linha de fundo pra criar situações perigosas, e acabou dando certo, graças a Deus.
Como é defender o FK Moldava, aí na Eslováquia?
O FK Moldava é um clube que tem como tradição gostar de jogadores brasileiros, então fui muito bem recebido aqui e tenho um carinho grande dos membro da diretoria e da torcida. Está sendo bom pra mim, até pra agregar à minha carreira e aprendizado. Quando jogamos em nosso estádio, me sinto à vontade, me sinto realmente em casa, com a atmosfera que a torcida cria e principalmente pela confiança que o clube me dá.
Tem outros brasileiros no seu clube? Como é a relação com ele?
Tem sim, o nome dele é Douglas e joga de lateral esquerdo. Minha relação com ele é muito boa, já que praticamos da mesma fé(somos cristãos) e é um cara com um jeitão meio doido, o que acaba me divertindo também. É sempre bom ter outro brasileiro por perto.
Qual as diferenças e semelhanças do futebol brasileiro para o futebol da Eslováquia?
Bem, o futebol brasileiro é bem mais técnico do que o daqui. Às vezes o jogo fica cadenciado até pela qualidade dos jogadores em trocar passe com mais facilidade. Aqui na Eslováquia prevalece mais a parte física. A pegada é muito forte, eles até trocam bastante passe, mas sempre com a objetividade do gol. O que torna os jogos bem intensos. Também conta muito a disciplina tática. Por isso quando um jogador brasileiro se adapta com o futebol europeu, ele acaba sendo bem sucedido. Porque ele acaba aliando a técnica fora de série que nós temos com a força e a disciplina tática. Por isso sei que se um dia retornar ao Brasil, serei um jogador muito mais maduro.
Como foi jogar nos EUA?
Nos EUA foi um experiência muito diferente também. Eu joguei a NCAA, que é a liga universitária. Joguei pela Eastern New Mexico University, ganhei uma bolsa através de um olheiro que me viu jogando no Brasil. Fiquei 1 ano e meio por lá e foi muito bom pra mim. Além de aprender o inglês fluente, tive a oportunidade de jogar também com jogadores de outros países e aprender um pouco das características do futebol de fora. No meu time tinha de tudo, japonês, inglês, canadense, mexicano. Foi interessante. Não conclui os estudos por lá por problemas pessoais que tive no Brasil e tive que retornar, mas é uma experiência que carrego comigo até hoje.
E na Áustria?
Na Áustria eu joguei pelo Rust F.C. Mas não fiquei muito tempo por lá. O FK Moldava se interessou por mim e me trouxe pra cá. Mas foi bom também, porque o futebol austríaco se parece um pouco com o futebol alemão, que é top. Muita disciplina tática com um pouco mais de técnica e o famoso "tic tac".
Pensa em voltar a jogar no Brasil?
Penso sim. Tenho muito desejo de jogar no Brasil, apesar da desorganização que está por lá agora. Mas quero muito estar perto da minha família, que eles possam ir ao estádio me assistir jogar. Enfim, não existe pra mim lugar melhor do que o Brasil. Por mais que falem mal, por mais que a Europa seja mais organizada, eu não abro mão de um dia jogar no Brasil.
Quais são seus sonhos e objetivos como jogador de futebol?
Eu tenho um sonho desde mais novo que é virar treinador. Eu amo jogar futebol, amo demais estar em campo, a rotina, é tudo muito bom pra mim. Como jogador quero alcançar o máximo que eu puder chegar. Jogar em alto nível, nas divisões superiores, nas ligas superiores. Mas daqui há um tempo quero poder conciliar o futebol com o estudo pra me tornar treinador, porque sempre fui grande fã da parte tática e da mentalidade do esporte. Vou usar tudo que eu aprender enquanto jogador para ser um bom treinador. Mas agora estou focado em apenas me dedicar e jogar no mais alto nível que eu puder pra que eu possa chegar longe e um dia ter orgulho da minha carreira.
Foto: Arquivo do jogador


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